Como tudo começou…
Há alguns anos atrás, planejamos uma viagem com os amigos para Carrancas/MG. Decidimos viajar logo após o término do nosso expediente de trabalho na sexta.
Já nossos amigos conseguiram ir no início da tarde para lá. Em torno das 19:30 saímos de SP Capital e pegamos a estrada. Como meus pais moravam no caminho desta viagem na cidade de Tremembé/SP – fizemos um pit stop pra jantarmos com eles.
Às 21:30 já tínhamos voltado para estrada. Foram em torno de 6 horas de viagem no total entre rodovias, estradas tortuosas e uma viagem solitária. Quando cruzamos a fronteira de SP e MG já era bem tarde da noite.
Rodamos bastante pelas estradas do Sul de MG até nosso destino. Passamos por Passo Quatro, Pouso Alto, Caxambu, Cruzília, entre outras cidades mineiras. Parecia que nunca íamos chegar.
Já estávamos cansados, porém preparados, pois sabíamos que a viagem seria longa mesmo. Chegamos na cidade de Minduri/MG. Já tinha passado a meia-noite. Mas tudo estava conforme o planejado. Dali até Carrancas faltava apenas 45km de viagem. Estávamos felizes por já estar tão perto!
Avistamos uma placa bem simples indicando Carrancas por uma estrada de terra. Olhei para meu companheiro e ficamos parados ali por alguns instantes se era por aquela estrada mesmo que deveríamos seguir. Será que não haveria outro caminho para chegar ao nosso destino? Imagine que a viagem que estava indo bem até então virou de ponta cabeça.
O Perrengue em Minas Gerais
Entramos na cidade de Minduri na tentativa de pedir informação para algum morador. Mas como podem imaginar estava tudo fechado. Todos dormindo. Um breu! Olhamos o GPS e dava o caminho pela tal estrada de terra.
Pegamos o mapa que nos acompanha em toda viagem e vimos uma alternativa por uma rodovia. Mas era uma volta ao mundo. Levaríamos mais 3 horas de viagem. Já era de madrugada e decidimos que não daria para enfrentar mais uma longa jornada.
Eu estava morrendo de medo de pegar a estrada de terra, mas meu marido me convenceu a tentar. Afinal era só mais 1 hora de viagem para chegar em Carrancas e já estava pago a diária para dormimos lá. Na estrada eu estava atenta a tudo. Alguém que chegasse perto de nós, alguma luz ou sinalização.
Mas nada à vista.
Não conhecíamos a estrada; não havia sinalização e nenhum raio de luz a não ser a dos faróis do nosso carro. Aquilo era demais para mim! Falei para meu companheiro que estávamos arriscando demais e deveríamos voltar pra Minduri na tentativa de achar um lugar para dormir.
Ele tentava me tranquilizar…
Continuamos pela estrada. Mas a viagem não rendia, havia chovido recentemente. Esbarrávamos em várias poças e buracos pelo caminho. Como se não bastasse podíamos atolar por ali.
Até que vimos a luz de faróis de outro carro vindo na direção oposta. Na minha cabeça, eu pensava: será que eles vão nos ajudar ou vão nos roubar?Paramos assim que eles estavam bem próximos e acenamos com a mão. Eles pararam ao lado do nosso carro.
Também era um casal – jovens – que também precisava atravessar aquela estrada. Decidiram retornar porque também estavam amedrontados e chegaram num ponto da estrada onde a poça era tão grande que o risco de atolar falou mais alto! Meu companheiro queria continuar. Acreditou que ele era capaz de fazer todo o trajeto e inclusive passar por tal poça.
Nesta hora fui enfática! Vamos voltar! Ele aceitou!
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Voltamos a Minduri. Começou a saga por um lugar para dormir. Andando pelas ruas do centro de Minduri avistamos três moradores que gentilmente nos indicou a casa de uma senhora que faz hospedagem.
Naquela vergonha que só, batemos na sua porta às 3 da manhã pedindo um lugar para dormir. Ficamos batendo por diversas vezes até que a senhora abriu a porta. Logo já fui contando todo causo para chegar até ali aquela hora e pedindo desculpas.
Muito compreensiva, ela nos recebeu, nos levou até o quarto.
Me lembro que não pagamos nem 80 reais pela diária. Adrenalina baixou e capotamos!
O Dia Seguinte
Acordamos com um dia lindo. A primeira coisa que fiz foi abrir a janela do nosso quarto. Que linda vista! Um trilho de trem, uma casa simples que deveria ser a estação e toda uma beleza natural no entorno.
Nunca fiquei tão feliz com a luz do dia. De alguma forma ficar ali na janela apreciando aquela vista de interior por alguns minutos me tranquilizou. Uma paz tomou conta de mim. Agradeci nossos anjos da guarda por tudo no fim dar certo.
Seguimos viagem…
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Ecoturismo, turismo de aventura e muitas cachoeiras belíssimas te aguardam lá!
Até a próxima viagem!